Nunca este artigo foi tão atual. Recebemos o mesmo no e-mail do Portal Verde em 2006. E agora, o governo brasileiro autorizou quase que completamente. Já não se encontra qualquer produto que contenha milho sem que o mesmo seja transgênico. E para a soja, já não há quase opção. Estamos investindo em repetir os erros das nações mais ricas, acreditando na lógica infantil de que “se eles seguiram por esse caminho e são ricos, então vou seguir também e terei resultados semelhantes”. Triste. (Arnaldo V. Carvalho, 2013)

Burocraticamente ou quase, a folha, o Estado e o Valor deram hoje[12/1/06] o press-release da organização americana Serviço Internacional para a Aquisição de Aplicação em Agrobiotecnologia (Issaa, na sigla em inglês) com os mais recentes números sobre o cultivo de transgênico do mundo.
A Folha e o Estado destacaram já no título que o Brasil passou de quarto para o terceiro produtor de plantas geneticamente modificadas (de 5 milhões de hectares semeados em 2004 para 9,4 milhões no ano passado). É um aumento de 88%, conforme ressaltou o Valor. As maiores culturas transgênica estão nos Estados Unidos e na Argentina.
Mas, enquanto o Estado abre a sua matéria informando que a área plantada com variedades trnasgênicas.
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nos 21 países que praticam a agricultura de base biotecnológica – aumentou 11%, o Valor preferiu chamar a atenção desde o título,para fato de que indica uma desaceleração no setor 2004, a expansão tinha sido de 20%.
As lavouras transgênica cobrem 3 milhões de hectares , ou
3% da agricultura mundial. Aderiram aos transgênicos em 2005 a frança, o Irã, Portugal e a República Checa.
O relatório do Isaaa é o tipo de informação que cai no colo das redações, cada uma trabalhando menos ou mais a matéria- prima recebida. O que os jornais não fizeram,aproveitando o gancho, foi dar uma passeada pela internet para ver se seria possível enriquecer a história com eventuais outras novidades no pedaço.
Tivessem tomado essa providência elementar, teriam um prato cheio a oferecer ao público pagante, partindo do fato de que o único transgênico legalmente plantado no Brasil-e que teve o tal aumento de 88%-é a soja.
Isso porque acaba de ser divulgado o resultado perturbador de um estudo conduzido sobre efeitos da soja GM pela doutora Erina Ermakova, da Academia Russa de Ciências. O caso está contado no site www.rssl.com, especializado em questões alimentares.
O estudo verificou que ratos recém-nascidos de mães alimentadas com soja geneticamente modificada estavam cinco vezes mais propensos a morrer nas três primeiras semanas de vida do que os ratos cujas as mães consumiram soja convencional. Além disso 36%dos primeiros nasceram pesando muito menos do que os outros, entre os quais apenas 6% abaixo estavam do peso.
O site que deu a noticia ontem [11/1/06] acrescenta que a pesquisa faz de uma série de investigações recentes cujas descobertas revivem as preocupações com as segurança dos alimentos GM.
No domingo passado [8/1/06], por exemplo, o Independent de Londres informou que, segundo estudo italiano, a soja GM afeta o fígado e o pâncreas de ratos informou também que dados da própria Monsanto, megaempresa de sementes transgênicas, revelam que ratos submetidos a uma dieta rica em milho GM têm rins menores e mais hemácias (células de sangue) do que os outros- indícios de dano ao seu sistema imunológico.
Comentando a pesquisa russa, a Monsanto retrucou que ¨a maioria esmagadora dos estudos científicos independentes, publicadas e avaliados por outros cientistas, demonstra que a soja transgênica Roundup Ready pode ser consumida com segurança por ratos e por todas as demais espécies animais estudadas¨.
Quando é que a mídia nacional vai abocanhar o assunto?
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